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Economistas reduzem projeção de inflação para 2025, mas PIB sofre novo corte



Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil/Arquivo
Economistas reduzem projeção de inflação para 2025, mas PIB sofre novo corte 24 de março de 2025 | 11:24

Economistas reduzem projeção de inflação para 2025, mas PIB sofre novo corte

Os economistas consultados pelo Banco Central reduziram pela segunda semana consecutiva a expectativa para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) de 2025, que passou de 5,66% para 5,65%, segundo o boletim Focus desta segunda-feira (24).

Apesar do leve recuo, a inflação projetada ainda fica bem acima do centro da meta (3%) e do teto (4,5%). Em contrapartida, o mercado piorou sua visão sobre o crescimento econômico, reduzindo a previsão do PIB de 1,99% para 1,98% neste ano – a terceira revisão para baixo desde janeiro, quando estava em 2,02%.

Apesar do recuo, os preços administrados (como energia e combustíveis) continuam pressionados, com a projeção subindo de 5,05% para 5,06%.

A pesquisa semanal, que capta a percepção de cerca de 100 instituições financeiras, mostrou que para 2026 a expectativa de inflação subiu de 4,48% para 4,50%, enquanto a projeção para o PIB se manteve em 1,60%.

No front monetário, os analistas mantiveram a expectativa de que a Selic encerrará 2025 em 15% ao ano —patamar estável há 11 semanas— e 2026 em 12,5%. O cenário incorpora a decisão do Copom na última quarta-feira (19) de elevar os juros para 14,25%, com sinalização de novo aumento, porém menor, em maio.

O movimento ocorre em um contexto de medidas do governo para conter preços, como a eliminação de impostos de importação para alimentos, e de cautela do BC, que já admitiu risco de descumprir a meta de inflação até junho.

O dólar projetado para 2025 caiu de R$ 5,98 para R$ 5,95, refletindo desvalorização de 7,5% no ano, enquanto o superávit comercial esperado recuou de US$ 76,7 bilhões (R$ 433 bilhões) para US$ 75,4 bilhões (R$426 bilhões).

Folhapress



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Agronegócio respondeu por 22,5% da economia baiana em 2024



Foto: Joá Souza /GOVBA/Arquivo
Agronegócio respondeu por 22,5% da economia baiana em 2024 24 de março de 2025 | 11:43

Agronegócio respondeu por 22,5% da economia baiana em 2024

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio baiano, calculado e divulgado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), totalizou R$ 108,8 bilhões em 2024 e fechou o ano com uma ligeira retração no valor real (valor nominal, descontada a variação de preços) de 0,4%, com participação de 22,5% na economia baiana. No último trimestre de 2024, verificou-se retração de 0,7%.

A redução no volume do PIB do agronegócio baiano em 2024 é explicada, basicamente, por uma queda na safra de grãos no estado, que encolheu 7,3%, devido a problemas climáticos, causados pelo fenômeno el niño. O milho e a soja, culturas que têm peso significativo no agro estadual, enfrentaram redução de colheita de 24,7% e 3,1%, respectivamente.

Por outro lado, os preços dos produtos agropecuários experimentaram uma elevação muito forte no ano passado, pressionando para cima o valor nominal do agronegócio estadual, fato que elevou a participação do agronegócio no PIB.

Quando comparamos a participação do agronegócio na economia baiana em 2024 contra 2023, observa-se que houve elevação de 21,1% para 22,5%, revertendo uma trajetória de queda que vinha desde 2021. Essa elevação de participação foi decorrente do substancial aumento nos preços dos principais produtos agropecuários do estado, a exemplo da laranja, café, cacau e boi gordo. Ou seja, apesar de se ter verificado variação negativa no volume real do segmento, o PIB do agronegócio a preço corrente obteve incremento, elevando a participação no PIB estadual.

O termo agronegócio refere-se a um corpo composto pela agropecuária, além dos setores fornecedores de insumos, da agroindústria e de segmentos responsáveis pela distribuição, como comércio e transporte, dentre outros serviços.

A estimativa do PIB do agronegócio baiano é feita a partir da análise e cálculo de quatro grandes agregados: Agregado I – Insumos para a Agricultura e Pecuária; Agregado II – Agropecuária; Agregado III – Indústrias de base agrícola (consomem produtos do agregado II); Agregado IV – Transporte, comércio e serviços referentes à distribuição final dos produtos dos agregados II e III.

No acumulado do ano, os insumos para agropecuária (Agregado I) participaram com 1,5% para formação do PIB estadual, a menor contribuição. O agregado II, que corresponde exatamente à produção agropecuária, respondeu por 8,5% da atividade econômica da Bahia. A agroindústria (Agregado III) foi responsável por 2,5% da economia baiana, enquanto que os serviços correlacionados com o agronegócio (Agregado IV) tiveram participação de 9,9%.



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Juro deveria ter sido maior na crise de Dilma, e Copom precisa seguir vigilante, dizem ex-BCs



Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação/Arquivo
Dilma Rousseff 24 de março de 2025 | 12:28

Juro deveria ter sido maior na crise de Dilma, e Copom precisa seguir vigilante, dizem ex-BCs

O Copom (Comitê de Política Monetária) elevou na última quarta-feira (19) a taxa básica de juros (Selic) ao mesmo nível atingido durante a crise do governo de Dilma Rousseff (PT), de 14,25% ao ano. Apesar de a preocupação fiscal ser um ponto comum dos dois momentos, a conjuntura econômica tem diferenças.

A combinação conhecida como “estagflação” —quando o país mergulha em recessão e, ao mesmo tempo, convive com preços em alta— foi a principal marca dos meses que precederam o impeachment da petista. Atualmente, o cenário doméstico é de atividade econômica forte, taxa de desemprego na mínima histórica e inflação acima do teto, mas em um patamar mais baixo conforme a exigência de metas menores.

Ex-diretores do Banco Central ouvidos pela Folha avaliam, retrospectivamente, que a política monetária foi insuficiente para evitar o cenário de inflação nas alturas e recessão econômica em 2015 e 2016 e que o juro deveria ter sido ainda mais alto na época.

Tony Volpon, ex-diretor do BC (2015-2016) e professor-adjunto da Georgetown University, vê a preocupação fiscal dos economistas e a deterioração das expectativas de inflação como pontos de semelhança entre os dois momentos distintos da economia brasileira.

Ele ressalta que o governo trabalhou, pela primeira vez, com uma meta de déficit primário no projeto de Orçamento de 2015 (de R$ 51,8 bilhões, podendo chegar a R$ 119,9 bilhões) e que havia dúvidas sobre a sustentabilidade da dívida pública –ainda que o patamar de endividamento do país fosse inferior em relação aos dias atuais.

Já o restante da conjuntura era bastante diferente, na visão dele. Volpon cita a então queda dos preços dos commodities, provocada especialmente pela transição econômica da China (importador desses produtos) e pela forte valorização do dólar frente a outras moedas.

Já o tombo do PIB, segundo o economista, não era previsível no início de 2015. “O mercado começou o ano relativamente otimista, não tinha uma recessão precificada [esperada] pelo mercado nem pelo governo, as coisas foram piorando ao longo do ano”, conta.

Em meados de 2015, o Copom disse em ata que o ritmo de expansão da atividade doméstica seria “inferior ao potencial”. “O investimento tem-se retraído, influenciado, principalmente, pela ocorrência de eventos não econômicos”. Mas o comitê adotava um tom otimista: “Depois de um período necessário de ajustes, o ritmo de atividade tende a se intensificar, na medida em que a confiança de firmas e famílias se fortaleça.”

Em 2015, último ano completo sob o comando de Dilma, o PIB (Produto Interno Bruto) encolheu 3,5% (dado revistado), enquanto os preços subiram 10,67%.

Neste contexto, a Selic ficou estacionada em 14,25% durante um ano e três meses, entre julho de 2015 e outubro de 2016, atravessando o impeachment de Dilma.

Em meio à crise econômica e política, o Brasil teve a nota de crédito rebaixada pela agência S&P (Standard & Poor’s) e viu a agência de classificação de risco Fitch Ratings retirar seu grau de investimento (selo de bom pagador).

Volpon, que integrava o Copom naquela época, conta que houve discussão sobre a elevação da Selic para além de 14,25% ao ano.

Por três encontros consecutivos –novembro de 2015, janeiro e março de 2016–, ele divergiu da maioria em defesa de um aumento de 0,5 ponto percentual, mas acabou derrotado. “Eu tinha em mente colocar a Selic em 16%. Não sei se ia conseguir, mas aquela subida inicial que a gente ia fazer em janeiro [de 2016] claramente não teria sido a única”, diz.

O economista relembra o episódio em que havia consenso no Copom para aumentar a taxa básica de juros até que o então presidente do BC, Alexandre Tombini, fez uma comunicação inusual na manhã do primeiro dia de reunião, comentando a projeção de retração para a economia brasileira do FMI (Fundo Monetário Internacional), de menos 3,5% em 2016.

Membros do PT, entre eles Luiz Inácio Lula da Silva (na época ex-presidente), pressionavam o BC sob o argumento de que uma alta da taxa de juros dificultaria a retomada do crescimento.

Para Reinaldo Le Grazie, sócio da Panamby Capital e ex-diretor do BC (2016-2018), o colegiado errou na condução da política monetária ainda antes, entre 2013 e 2014, devido aos efeitos defasados da alta de juros sobre a economia.

A Selic ficou estacionada em 11% ao ano de abril a outubro de 2014 –período eleitoral– e voltou a escalar apenas três dias depois da reeleição de Dilma, até atingir o pico de 14,25% ao ano em julho de 2015.

“Se tivéssemos feito uma política monetária mais adequada em 2014, a gente provavelmente não teria tido a recessão que nós tivemos”, afirma. “Quando [a Selic] subiu para 14,25%, a recessão já estava chegando pelo desequilíbrio total da política econômica”, acrescenta.

Entre os desequilíbrios, Le Grazie cita a política de preços da Petrobras no governo Dilma. Na época, a variação dos preços internacionais de combustíveis era repassada de forma defasada ao mercado interno, como forma de tentar segurar o aumento da inflação.

Ele também menciona a política parafiscal “brutal” do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que atuou como um dos principais impulsionadores de crédito do governo petista com a concessão de subsídios.

O economista calcula que, naquele período, o BC trabalhou com uma taxa de juros real muito baixa –o juro real hoje é quase o dobro da taxa esperada na época.

“A política monetária resultou em uma inflação de 10% e uma recessão de dois anos, que acumulou quase 8% do PIB [6,8% no dado revisado]. Foi tudo errado. […] Para derrubar aquela inflação, a gente teria que ter feito um juro mais alto”, diz.

Le Grazie evita criticar a gestão de Tombini e avalia que o ex-presidente do BC “fez o que deu para fazer” em um contexto em que a autoridade monetária ainda não tinha autonomia formal –em vigor desde 2021.

Para o ex-diretor do BC, embora o nível da Selic seja o mesmo nos dois períodos, a conjuntura econômica hoje é mais favorável. “O juro agora é muito mais restritivo. […] Ninguém está falando de uma recessão forte no Brasil. Estamos falando de desaceleração”, afirma.

A economia brasileira fechou 2024 com alta de 3,4% no acumulado do ano, mas perdeu ritmo no quarto trimestre, segundo dados do PIB (Produto Interno Bruto) divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)

Le Grazie, contudo, alerta que o Copom deve seguir vigilante. “Se afrouxar a política monetária e se tiver um deslize de política econômica, a inflação aqui vai a 10%”, diz.

Com os dados de fevereiro, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acelerou para 5,06% no acumulado de 12 meses. Conforme o sistema de alvo contínuo em vigor, o BC prevê para junho um novo estouro do teto da meta (4,5%), depois de ter terminado 2024 acima do limite superior do alvo.

No cenário de referência do Copom, a projeção de inflação para este ano é de 5,1%, bastante acima do teto da meta. Para o terceiro trimestre de 2026 –período hoje na mira do BC–, a estimativa está em 3,9%.

Nathalia Garcia/Folhapress



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Governo vai perseguir centro da meta de gastos, diz Haddad



Foto: Fábio Pozzebom/Arquivo/Agência Brasil
Fernando Haddad comanda o Ministério da Fazenda 24 de março de 2025 | 12:51

Governo vai perseguir centro da meta de gastos, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira (24) que o foco do governo é perseguir a meta central de gastos primários prevista no Orçamento federal. Como a política fiscal estipula uma janela mínima e máxima de gastos para o Executivo, o governo não precisa atingir o valor específico registrado no Orçamento.

A legislação estabelece uma meta de resultado primário neutro, com intervalo de tolerância de 0,25% do PIB (Produto Interno Bruto) estimado para 2025. Ou seja, o governo pode registrar um balanço com variação de 0,25% para cima ou para baixo da meta central.

Na semana passada, o Congresso Nacional aprovou o projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2025. O texto prevê um superávit de R$ 15 bilhões nas contas do governo, descontando R$ 44 bilhões destinados ao pagamento de precatórios. Esse valor está dentro da variação máxima de R$ 31 bilhões prevista no arcabouço.

O ministro afirmou que no ano passado o governo conseguiu cumprir a meta e que a ideia é seguir a mesma trajetória neste ano.

“[No ano passado], todo mundo dizia que o déficit pré-Rio Grande do Sul seria de 0,8% do PIB, e pós-Rio Grande do Sul foi de 0,1% do PIB. A diferença de 0,7% do PIB é de R$ 80 bilhões, então se eu não estivesse mirando o centro da meta, poderíamos ter gasto entre R$ 16 bilhões e R$ 17 bilhões a mais no ano passado, ainda estando dentro da banda”, disse Haddad em evento em São Paulo organizado pelo jornal Valor Econômico.

“Nós vamos continuar perseguindo as metas que foram estabelecidas e confiamos no desenho que foi feito em 2023. Podíamos ter que alterar e isso não seria pecado nenhum; o erro é não mudar quando você vê uma necessidade. Ninguém é teimoso em, diante de uma evidência, negar, mas acredito que nós estamos ajustando as contas e perseguindo as metas”, acrescentou.

Essa discussão é importante, porque ao focar o centro da meta, e não a variação de até 0,25%, o Executivo poderá ter que aumentar o contingenciamento e bloqueio de alguns repasses, o que traz consequências políticas para o governo.

Quando perguntado pela moderadora do evento, Haddad disse que não seria tranquilo cumprir a meta. “Eu [não posso] te falar que é tranquilo, mas nós vamos perseguir, porque entendemos ser necessário”, disse. “Eu tenho o aval do presidente para perseguir.”

Mais cedo, o ministro disse gostar da arquitetura do arcabouço fiscal projetado pelo governo Lula em 2023 –em substituição ao teto de gastos aprovado no governo Michel Temer. Ele, porém, não descartou possíveis futuros ajustes na meta e nos parâmetros para calcular os gastos, a exemplo do que aconteceu no ano passado.

“Quando você fala que tem de mudar tudo ou não tem de mudar nada, confunde um pouco o debate. Do ponto de vista da arquitetura, que é regra de gasto e meta de primário, eu acho que o arcabouço funciona. Mas qual a meta de primário? Qual o parâmetro de gasto? Isso você pode ajustar, não tem problema, não vai estar ferindo o princípio geral”, disse. Segundo ele, trata-se de ajustar a engenharia, não a arquitetura da política.

A resposta, aliás, não teria agradado investidores. Minutos após a frase do ministro, circularam notícias de que o dólar estaria subindo por causa de declarações de Haddad sobre a política fiscal. A moeda americana, porém, se estabilizou após o ministro publicar no X que sua frase havia sido mal-interpretada.

“Estão tentando distorcer o que falei agora em um evento do Valor. Disse que gosto da arquitetura do arcabouço fiscal. Que estou confortável com os seus atuais parâmetros. E que defendo reforçá-los com medidas como as do ano passado. Para o futuro, disse que os parâmetros podem até mudar, se as circunstâncias mudarem, mas defendo o cumprimento das metas que foram estabelecidas pelo atual governo”, escreveu.

Ainda no evento, Haddad defendeu a nova linha de crédito consignado criada pelo governo Lula. Nela, mais trabalhadores do setor privado têm acesso a empréstimos com juros mais baixos, tendo o FGTS como garantia.

A política foi criticada por alguns agentes do mercado, que temem o aumento do endividamento da população, além do impacto na inflação –que desencadearia uma taxa de juros ainda maior. Mas para Haddad o programa tem que ser analisado de forma paralela à atual conjuntura econômica do país.

“Não podemos confundir as duas coisas; o Banco Central tem que fazer o trabalho dele, mas nós temos que fazer o nosso no sentido de criar condições macro e microeconômicas mais saudáveis para o Brasil. Não acredito em uma solução para os nossos problemas que não passe pelo aumento de produtividade e, consequentemente, do crescimento da economia”, disse. Para ele, o programa vai diminuir o superendividamento dos brasileiros.

Pedro Lovisi/Folhapress



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Receita Federal formaliza o fim do Perse e indica que cobrança de tributos voltará em abril



Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo
Receita Federal 24 de março de 2025 | 20:00

Receita Federal formaliza o fim do Perse e indica que cobrança de tributos voltará em abril

A Receita Federal formalizou nesta segunda-feira (24) a extinção do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), criado na pandemia, a partir do mês de abril. Com o fim, os negócios beneficiados voltarão a pagar as alíquotas cheias de tributos federais (IRPJ, CSLL e PIS/Cofins) no próximo mês.

O ato declaratório foi publicado no Diário Oficial da União e torna público o “atingimento do limite” de renúncia fiscal prevista na lei que prorrogou o programa, com a “consequente extinção do benefício”.

Há pouco mais de dez dias, em 12 de março, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, comunicou à Comissão Mista de Orçamento (CMO), formada por deputados e senadores, que os dados do órgão indicavam que o limite de R$ 15 bilhões em renúncias fiscais seria atingido ainda neste mês.

A notícia gerou reação especialmente nos setores de hospedagem, bares e restaurantes, que mobilizaram frentes parlamentares para impedir o fim do programa. A FCS (Frente de Comércio e Serviços) enviou à Receita um pedido de manutenção do programa com um redutor de 80% até o fim de 2025 e de 50% até o fim de 2026, quando a extinção do Perse era prevista em lei.

O presidente da frente no Senado, Efraim Filho (União Brasil-PB), assumirá nesta semana o comando da Comissão Mista de Orçamento, dissolvida na última quinta (21), com a votação da Lei Orçamentária Anual.

No mesmo dia, o deputado federal Leo Prates (PDT-BA), que presidiu a audiência com Barreirinhas, disse que o secretário da Receita será chamado a explicar, já na primeira reunião da nova comissão, os dados que embasaram a conclusão do fim do Perse.

No ofício enviado à Receita Federal, a FCS diz que “a interrupção abrupta do programa, com um retorno repentino à tributação plena (saindo de zero para alíquota cheia), seguramente gerará um aumento expressivo de custos, o que poderá resultar em perda de postos de trabalho e elevação dos custos para o consumidor, pressionando ainda mais a inflação”.

Além do ato executivo, a Receita também divulgou nesta segunda a lista de empresas habilitadas a receber o benefício fiscal, quanto elas deixaram de pagar em impostos federais e o relatório de acompanhamento a partir de abril do ano passado.

A lei que prorrogou o programa foi publicada no fim de maio, com o teto de renúncia e a redução do escopo do programa fechado em 30 atividades. Além disso, empresas que estão no regime de lucro real só seriam beneficiadas, a partir desde ano, de alíquota zero do PIS e Cofins.

Segundo o balanço do fisco, as empresas tributadas com base no lucro real respondem por 19,4% das pessoas jurídicas enquadradas no programa e por 58,5% dos valores isentos. Entre as tributadas com base no lucro presumido, os percentuais são de 80,2% e 41,3%.

As decisões judiciais que concederam ou mantiveram empresas no Perse respondem por 7% da renúncia total do programa entre abril de 2024 e fevereiro de 2025, somando R$ 894,7 milhões. A maioria dos contribuintes que buscou a Justiça para acessar o programa não conseguiu ao benefício fiscal. Segundo o fisco, 715 pessoas jurídicas acionaram o Judiciário e 15,8% (113) tiveram decisão favorável ao enquadramento.

O setor de alojamento e alimentação responde por 43% das empresas habilitadas, que deixaram de recolher R$ 5,5 bilhões em impostos federais.

Na relação de CNPJs com o benefício fiscal do Perse, o aplicativo iFood aparece como o maior favorecido pela renúncia fiscal, com R$ 539 milhões em impostos que deixaram de ser recolhidos.

Na ofensiva dos setores contra o fim o benefício fiscal, o iFood é citado como um contribuinte que não poderia ter participado do Perse, uma vez que a empresa cresceu durante a pandemia. Quando o Perse foi prorrogado, o iFood não seria mais enquadrado, mas conseguiu manter o benefício com decisão judicial.

O iFood diz que a atividade de intermediação estava no escopo inicial do programa e que a manutenção do benefício foi confirmada pela Justiça.

Na avaliação da empresa, os valores dos benefícios fiscais obtidos por ela não deveriam constar no teto de isenções porque a decisão judicial que a manteve no programa afastou as restrições da lei que o prorrogou em 2024. O aplicativo diz também que deixou o programa neste ano.

“O iFood teve um papel importante na pandemia e investiu na manutenção do setor de bares e restaurantes, quando a plataforma ainda operava em déficit operacional”, diz a empresa, que também afirma ter colocado R$ 400 milhões em “fundos de assistência a restaurantes e entregadores parceiros”.

Atualmente, 11.491 empresas estão habilitadas ao benefício fiscal. No relatório de acompanhamento do Perse, datado de 7 de março, o fisco aponta que até dezembro de 2024 os valores informados pelas empresas por meio da Dirbi (Declaração de Incentivos, Renúncias, Benefícios e Imunidades de Natureza Tributária) somavam R$ 12,5 bilhões, o equivalente a 84% do limite do programa.

A Receita Federal diz, no relatório de acompanhamento, ter usado um modelo preditivo para estimar a renúncia de cada imposto federal no programa, definindo um média histórica para o intervalo de meses e, assim, sem ajuste relativo ou correção pela inflação, chegar à previsão o mês de março, que só será realmente conhecido em maio.

O cálculo do fisco chega prevê que este mês se encerre com R$ 15,061 bilhões, ou 100,4% do limite, em renúncias fiscais.

Fernanda Brigatti/Folhapress



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