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Dólar opera perto da estabilidade em meio a cautela com tarifas dos EUA



Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil/Arquivo
Dólar opera perto da estabilidade em meio a cautela com tarifas dos EUA 24 de março de 2025 | 09:57

Dólar opera perto da estabilidade em meio a cautela com tarifas dos EUA

O dólar rondava a estabilidade ante o real nesta segunda-feira (24), em meio à baixa volatilidade no câmbio global. Investidores aguardam detalhes sobre novas tarifas comerciais dos Estados Unidos, que podem afetar mercados emergentes e pressionar moedas como o real.

Às 9h04, o dólar caía 0,04%, a R$5,7131 na venda.

Na sexta-feira (21), o dólar subiu 0,69%, cotado a R$ 5,715, e a Bolsa avançou 0,29%, a 132.344 pontos.

Os investidores se valeram das sequências de valorização da Bolsa brasileira para realizar lucros. Entre terça-feira da semana passada e a última quarta-feira (19), o índice Ibovespa saiu de 123.507 pontos para 132.508 pontos.

A bonança foi interrompida na véspera, em pregão embalado pelas decisões de decisões de juros do Copom (Comitê de Política Monetária) e do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos).

“Houve um forte fluxo estrangeiro de compra na Bolsa por conta das tensões comerciais dos EUA com o resto do planeta, o que fez com que muito dinheiro entrasse no mercado brasileiro. Os investidores realizaram lucros, o que fez com que recursos saíssem do país neste momento”, explica Ian Lopes, economista da Valor Investimentos.

Estrangeiros precisam comprar reais para investir na Bolsa, o que tende a valorizar a cotação da moeda brasileira. E o inverso também é verdadeiro: se há um forte fluxo de vendas, o real costuma se desvalorizar, fortalecendo o dólar.

A realização de lucros aconteceu em meio à cautela generalizada diante das medidas tarifárias de Trump. Esta semana, segundo analistas, deve ser pautada pela guerra comercial do republicano, e operadores já se movimentam com o 2 de abril —dia em que ele prometeu anunciar uma série de tarifas recíprocas— em vista.

A reciprocidade tarifária dos Estados Unidos mira espelhar as taxas praticadas pelos parceiros comerciais sobre produtos norte-americanos. Japão, Índia e União são os maiores alvos das novas medidas, segundo disse um funcionário do alto escalão do governo em fevereiro, enquanto o documento informativo da Casa Branca acrescentou o Brasil à lista.

Uma eventual retaliação dos países afetados não é carta fora do baralho. Para o mercado, a maior preocupação é que a guerra comercial escale e distorça cadeias de suprimentos globais, o que pode encarecer diversas categorias de produtos. No caso específico dos Estados Unidos e de outras potências econômicas, como a Alemanha, há ainda temores de que o tarifaço provoque uma recessão.

Trump e seus assessores não descartam a possibilidade. O secretário de Comércio, Howard Lutnick, disse que as políticas “valem a pena” mesmo que causem uma recessão. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse que a economia pode precisar de um “período de desintoxicação” após se tornar dependente dos gastos do governo. E Trump disse que haverá um “período de transição” à medida que suas políticas entrarem em vigor.

“O ambiente externo inspira cautela e aversão ao risco, o que pode privilegiar a busca por ativos considerados portos seguros para momentos de estresse e incerteza, como ouro, franco suíço e iene japonês. Isso é um fator de pressão para o real”, diz Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da Stone X.

Se o tarifaço aumentar o custo de vida dos norte-americanos, é possível que a briga do Fed contra a inflação sofra um revés e force a manutenção da taxa de juros em patamares elevados. Quanto maiores os juros por lá, mais atrativos ficam os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, os chamados treasuries, o que fortalece o dólar globalmente.

O próprio presidente do Fed, Jerome Powell, endereçou esses temores em entrevista coletiva nesta semana, após a autoridade monetária decidir manter os juros na faixa de 4,25% e 4,50% pela segunda vez consecutiva. Ele disse que é “muito cedo para ver efeitos significativos das tarifas”, mas que “o progresso na inflação pode ser adiado por causa delas” e que “boa parte das projeções de alta deriva da política tarifária”.

O cenário desenhado por especialistas é de uma “estagflação”, isto é, quando a inflação está elevada e a economia não cresce.

O banco central dos EUA ainda estima uma redução total de 0,50 ponto percentual até o final do ano. “É uma postura cautelosa diante das incertezas econômicas geradas pelas políticas do governo Trump, como tarifas comerciais e alterações no gasto público”, diz José Cassiolato, sócio da RGW Investimentos.

O BC (Banco Central) decidiu sobre a taxa básica de juros do país no mesmo dia. O Copom cumpriu com a indicação das reuniões anteriores e apertou a Selic em um ponto percentual, de 13,25% para 14,25% ao ano.

O comitê sinalizou que os juros vão continuar subindo na próxima reunião, em maio, e que pretende fazer uma nova alta de menor intensidade. Apesar disso, evitou se comprometer com um ritmo específico de ajuste.

Também na cena doméstica, o mercado avaliou a aprovação da LOA de 2025 pelo Congresso Nacional.

A proposta que traz a previsão de receitas e despesas do governo federal para este ano prevê um superávit de R$ 15 bilhões, valor superior aos R$ 3,7 bilhões previstos anteriormente. Essa sobra, segundo o relator do projeto na CMO (Comissão Mista de Orçamento), senador Ângelo Coronel (PSD-BA), veio do ajuste da inflação aplicado ao teto de gastos.

O resultado só é positivo porque R$ 44 bilhões destinados ao pagamento de precatórios ficam fora do cálculo do teto de gastos. Do contrário, o Orçamento ficaria negativo. O STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou que essas despesas não entrem no limite de gastos, nem sejam consideradas para verificação da meta fiscal.

“O superávit é uma boa notícia, mas a credibilidade fiscal do governo ainda está baixa. Os investidores se mostram muito pessimistas com a estabilidade das contas públicas, especialmente em um contexto em que a aprovação do governo Lula têm caído”, comenta Mattos, da StoneX.

“O mercado teme que o governo aumente os gastos fiscais para tentar revitalizar a economia e recuperar a popularidade antes das eleições de 2026. Nesse sentido, vai ser importante acompanhar a divulgação do relatório bimestral de receitas e despesas primárias, que sai ao final do mês e pode ajudar a entender a evolução dos gastos públicos.”

Folhapress



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‘Uma taxa de juro elevada atrapalha a economia porque encarece o crédito’, diz Alckmin



Foto: Fábio Pozzebom/Arquivo/Agência Brasil
Geraldo Alckmin 24 de março de 2025 | 10:55

‘Uma taxa de juro elevada atrapalha a economia porque encarece o crédito’, diz Alckmin

O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, voltou a tecer críticas nesta segunda-feira, 24, sobre o nível alto da taxa básica de juros. “Uma taxa de juro elevada atrapalha a economia porque encarece o crédito”, afirmou, em participação remota no evento Rumos 2025, organizado pelo jornal Valor Econômico.

Alckmin também voltou a falar sobre letras de crédito, como a Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Desenvolvimento (LCD), lançada no ano passado voltada para a captação de recursos para a indústria.

Segundo ele, esses títulos serviriam como instrumentos para amenizar o efeito da taxa Selic elevada.

O presidente em exercício frisou que não adianta elevar os juros para combater a inflação de choques de alimentos e petróleo.

“Acho que o Banco Central vai analisar a questão da alta da Selic diante de choques inflacionários”, disse Alckmin, que aposta na safra recorde de grãos e na apreciação do real ante o dólar para reduzir a inflação.

Gabriela Jucá e Francisco Carlos de Assis/Estadão Conteúdo



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Economistas reduzem projeção de inflação para 2025, mas PIB sofre novo corte



Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil/Arquivo
Economistas reduzem projeção de inflação para 2025, mas PIB sofre novo corte 24 de março de 2025 | 11:24

Economistas reduzem projeção de inflação para 2025, mas PIB sofre novo corte

Os economistas consultados pelo Banco Central reduziram pela segunda semana consecutiva a expectativa para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) de 2025, que passou de 5,66% para 5,65%, segundo o boletim Focus desta segunda-feira (24).

Apesar do leve recuo, a inflação projetada ainda fica bem acima do centro da meta (3%) e do teto (4,5%). Em contrapartida, o mercado piorou sua visão sobre o crescimento econômico, reduzindo a previsão do PIB de 1,99% para 1,98% neste ano – a terceira revisão para baixo desde janeiro, quando estava em 2,02%.

Apesar do recuo, os preços administrados (como energia e combustíveis) continuam pressionados, com a projeção subindo de 5,05% para 5,06%.

A pesquisa semanal, que capta a percepção de cerca de 100 instituições financeiras, mostrou que para 2026 a expectativa de inflação subiu de 4,48% para 4,50%, enquanto a projeção para o PIB se manteve em 1,60%.

No front monetário, os analistas mantiveram a expectativa de que a Selic encerrará 2025 em 15% ao ano —patamar estável há 11 semanas— e 2026 em 12,5%. O cenário incorpora a decisão do Copom na última quarta-feira (19) de elevar os juros para 14,25%, com sinalização de novo aumento, porém menor, em maio.

O movimento ocorre em um contexto de medidas do governo para conter preços, como a eliminação de impostos de importação para alimentos, e de cautela do BC, que já admitiu risco de descumprir a meta de inflação até junho.

O dólar projetado para 2025 caiu de R$ 5,98 para R$ 5,95, refletindo desvalorização de 7,5% no ano, enquanto o superávit comercial esperado recuou de US$ 76,7 bilhões (R$ 433 bilhões) para US$ 75,4 bilhões (R$426 bilhões).

Folhapress



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Agronegócio respondeu por 22,5% da economia baiana em 2024



Foto: Joá Souza /GOVBA/Arquivo
Agronegócio respondeu por 22,5% da economia baiana em 2024 24 de março de 2025 | 11:43

Agronegócio respondeu por 22,5% da economia baiana em 2024

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio baiano, calculado e divulgado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), totalizou R$ 108,8 bilhões em 2024 e fechou o ano com uma ligeira retração no valor real (valor nominal, descontada a variação de preços) de 0,4%, com participação de 22,5% na economia baiana. No último trimestre de 2024, verificou-se retração de 0,7%.

A redução no volume do PIB do agronegócio baiano em 2024 é explicada, basicamente, por uma queda na safra de grãos no estado, que encolheu 7,3%, devido a problemas climáticos, causados pelo fenômeno el niño. O milho e a soja, culturas que têm peso significativo no agro estadual, enfrentaram redução de colheita de 24,7% e 3,1%, respectivamente.

Por outro lado, os preços dos produtos agropecuários experimentaram uma elevação muito forte no ano passado, pressionando para cima o valor nominal do agronegócio estadual, fato que elevou a participação do agronegócio no PIB.

Quando comparamos a participação do agronegócio na economia baiana em 2024 contra 2023, observa-se que houve elevação de 21,1% para 22,5%, revertendo uma trajetória de queda que vinha desde 2021. Essa elevação de participação foi decorrente do substancial aumento nos preços dos principais produtos agropecuários do estado, a exemplo da laranja, café, cacau e boi gordo. Ou seja, apesar de se ter verificado variação negativa no volume real do segmento, o PIB do agronegócio a preço corrente obteve incremento, elevando a participação no PIB estadual.

O termo agronegócio refere-se a um corpo composto pela agropecuária, além dos setores fornecedores de insumos, da agroindústria e de segmentos responsáveis pela distribuição, como comércio e transporte, dentre outros serviços.

A estimativa do PIB do agronegócio baiano é feita a partir da análise e cálculo de quatro grandes agregados: Agregado I – Insumos para a Agricultura e Pecuária; Agregado II – Agropecuária; Agregado III – Indústrias de base agrícola (consomem produtos do agregado II); Agregado IV – Transporte, comércio e serviços referentes à distribuição final dos produtos dos agregados II e III.

No acumulado do ano, os insumos para agropecuária (Agregado I) participaram com 1,5% para formação do PIB estadual, a menor contribuição. O agregado II, que corresponde exatamente à produção agropecuária, respondeu por 8,5% da atividade econômica da Bahia. A agroindústria (Agregado III) foi responsável por 2,5% da economia baiana, enquanto que os serviços correlacionados com o agronegócio (Agregado IV) tiveram participação de 9,9%.



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Juro deveria ter sido maior na crise de Dilma, e Copom precisa seguir vigilante, dizem ex-BCs



Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação/Arquivo
Dilma Rousseff 24 de março de 2025 | 12:28

Juro deveria ter sido maior na crise de Dilma, e Copom precisa seguir vigilante, dizem ex-BCs

O Copom (Comitê de Política Monetária) elevou na última quarta-feira (19) a taxa básica de juros (Selic) ao mesmo nível atingido durante a crise do governo de Dilma Rousseff (PT), de 14,25% ao ano. Apesar de a preocupação fiscal ser um ponto comum dos dois momentos, a conjuntura econômica tem diferenças.

A combinação conhecida como “estagflação” —quando o país mergulha em recessão e, ao mesmo tempo, convive com preços em alta— foi a principal marca dos meses que precederam o impeachment da petista. Atualmente, o cenário doméstico é de atividade econômica forte, taxa de desemprego na mínima histórica e inflação acima do teto, mas em um patamar mais baixo conforme a exigência de metas menores.

Ex-diretores do Banco Central ouvidos pela Folha avaliam, retrospectivamente, que a política monetária foi insuficiente para evitar o cenário de inflação nas alturas e recessão econômica em 2015 e 2016 e que o juro deveria ter sido ainda mais alto na época.

Tony Volpon, ex-diretor do BC (2015-2016) e professor-adjunto da Georgetown University, vê a preocupação fiscal dos economistas e a deterioração das expectativas de inflação como pontos de semelhança entre os dois momentos distintos da economia brasileira.

Ele ressalta que o governo trabalhou, pela primeira vez, com uma meta de déficit primário no projeto de Orçamento de 2015 (de R$ 51,8 bilhões, podendo chegar a R$ 119,9 bilhões) e que havia dúvidas sobre a sustentabilidade da dívida pública –ainda que o patamar de endividamento do país fosse inferior em relação aos dias atuais.

Já o restante da conjuntura era bastante diferente, na visão dele. Volpon cita a então queda dos preços dos commodities, provocada especialmente pela transição econômica da China (importador desses produtos) e pela forte valorização do dólar frente a outras moedas.

Já o tombo do PIB, segundo o economista, não era previsível no início de 2015. “O mercado começou o ano relativamente otimista, não tinha uma recessão precificada [esperada] pelo mercado nem pelo governo, as coisas foram piorando ao longo do ano”, conta.

Em meados de 2015, o Copom disse em ata que o ritmo de expansão da atividade doméstica seria “inferior ao potencial”. “O investimento tem-se retraído, influenciado, principalmente, pela ocorrência de eventos não econômicos”. Mas o comitê adotava um tom otimista: “Depois de um período necessário de ajustes, o ritmo de atividade tende a se intensificar, na medida em que a confiança de firmas e famílias se fortaleça.”

Em 2015, último ano completo sob o comando de Dilma, o PIB (Produto Interno Bruto) encolheu 3,5% (dado revistado), enquanto os preços subiram 10,67%.

Neste contexto, a Selic ficou estacionada em 14,25% durante um ano e três meses, entre julho de 2015 e outubro de 2016, atravessando o impeachment de Dilma.

Em meio à crise econômica e política, o Brasil teve a nota de crédito rebaixada pela agência S&P (Standard & Poor’s) e viu a agência de classificação de risco Fitch Ratings retirar seu grau de investimento (selo de bom pagador).

Volpon, que integrava o Copom naquela época, conta que houve discussão sobre a elevação da Selic para além de 14,25% ao ano.

Por três encontros consecutivos –novembro de 2015, janeiro e março de 2016–, ele divergiu da maioria em defesa de um aumento de 0,5 ponto percentual, mas acabou derrotado. “Eu tinha em mente colocar a Selic em 16%. Não sei se ia conseguir, mas aquela subida inicial que a gente ia fazer em janeiro [de 2016] claramente não teria sido a única”, diz.

O economista relembra o episódio em que havia consenso no Copom para aumentar a taxa básica de juros até que o então presidente do BC, Alexandre Tombini, fez uma comunicação inusual na manhã do primeiro dia de reunião, comentando a projeção de retração para a economia brasileira do FMI (Fundo Monetário Internacional), de menos 3,5% em 2016.

Membros do PT, entre eles Luiz Inácio Lula da Silva (na época ex-presidente), pressionavam o BC sob o argumento de que uma alta da taxa de juros dificultaria a retomada do crescimento.

Para Reinaldo Le Grazie, sócio da Panamby Capital e ex-diretor do BC (2016-2018), o colegiado errou na condução da política monetária ainda antes, entre 2013 e 2014, devido aos efeitos defasados da alta de juros sobre a economia.

A Selic ficou estacionada em 11% ao ano de abril a outubro de 2014 –período eleitoral– e voltou a escalar apenas três dias depois da reeleição de Dilma, até atingir o pico de 14,25% ao ano em julho de 2015.

“Se tivéssemos feito uma política monetária mais adequada em 2014, a gente provavelmente não teria tido a recessão que nós tivemos”, afirma. “Quando [a Selic] subiu para 14,25%, a recessão já estava chegando pelo desequilíbrio total da política econômica”, acrescenta.

Entre os desequilíbrios, Le Grazie cita a política de preços da Petrobras no governo Dilma. Na época, a variação dos preços internacionais de combustíveis era repassada de forma defasada ao mercado interno, como forma de tentar segurar o aumento da inflação.

Ele também menciona a política parafiscal “brutal” do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que atuou como um dos principais impulsionadores de crédito do governo petista com a concessão de subsídios.

O economista calcula que, naquele período, o BC trabalhou com uma taxa de juros real muito baixa –o juro real hoje é quase o dobro da taxa esperada na época.

“A política monetária resultou em uma inflação de 10% e uma recessão de dois anos, que acumulou quase 8% do PIB [6,8% no dado revisado]. Foi tudo errado. […] Para derrubar aquela inflação, a gente teria que ter feito um juro mais alto”, diz.

Le Grazie evita criticar a gestão de Tombini e avalia que o ex-presidente do BC “fez o que deu para fazer” em um contexto em que a autoridade monetária ainda não tinha autonomia formal –em vigor desde 2021.

Para o ex-diretor do BC, embora o nível da Selic seja o mesmo nos dois períodos, a conjuntura econômica hoje é mais favorável. “O juro agora é muito mais restritivo. […] Ninguém está falando de uma recessão forte no Brasil. Estamos falando de desaceleração”, afirma.

A economia brasileira fechou 2024 com alta de 3,4% no acumulado do ano, mas perdeu ritmo no quarto trimestre, segundo dados do PIB (Produto Interno Bruto) divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)

Le Grazie, contudo, alerta que o Copom deve seguir vigilante. “Se afrouxar a política monetária e se tiver um deslize de política econômica, a inflação aqui vai a 10%”, diz.

Com os dados de fevereiro, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acelerou para 5,06% no acumulado de 12 meses. Conforme o sistema de alvo contínuo em vigor, o BC prevê para junho um novo estouro do teto da meta (4,5%), depois de ter terminado 2024 acima do limite superior do alvo.

No cenário de referência do Copom, a projeção de inflação para este ano é de 5,1%, bastante acima do teto da meta. Para o terceiro trimestre de 2026 –período hoje na mira do BC–, a estimativa está em 3,9%.

Nathalia Garcia/Folhapress



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