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Salvador assina com Unicef termo de adesão a iniciativa voltada a ampliar políticas para a primeira infância

A Prefeitura de Salvador deu início, neste sábado (9), à edição 2025 da Semana do Bebê, promovida pela Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Com o tema “Bebê livre de telas”, a iniciativa tem como objetivo valorizar e garantir os direitos da primeira infância, estimulando práticas que favoreçam o desenvolvimento saudável das crianças.

Durante a abertura, realizada na Flipelô, a capital baiana firmou o termo de adesão à estratégia Unidade Amiga da Primeira Infância 2025-2028, também em parceria com o Unicef. A assinatura marca o compromisso da gestão municipal com ações e políticas públicas voltadas para o desenvolvimento integral das crianças desde os primeiros anos de vida.

A cerimônia contou com a presença da vice-prefeita e secretária de Cultura e Turismo, Ana Paula Matos; da secretária da SPMJ, Fernanda Lordelo; do secretário de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), Júnior Magalhães; da chefe do Escritório Salvador do Unicef, Helena Oliveira; do diretor de Infância da SPMJ, Dudu Magalhães; da diretora de Políticas Públicas para Pessoa com Deficiência da Sempre, Daiane Pina; e do diretor de Atenção Primária à Saúde, Augusto Vidreira.

Para Ana Paula Matos, o tema deste ano representa um convite às famílias para repensarem o ambiente em que as crianças se desenvolvem. “A edição deste ano tem como foco a criança ser criada em um ambiente sem telas e com muito amor. Trata-se da própria construção das relações afetivas. Ao se estudar a primeira infância, percebe-se que nas etapas iniciais do desenvolvimento infantil, constroem-se não apenas as relações afetivas, mas também todo o arcabouço cognitivo”, disse.

“Com a presença de telas, observam-se alterações nesse processo. Há uma potencial perda de vínculo com o entorno imediato e a proposta de ausência de telas visa a fomentar a aproximação com os que estão ao redor. A meta é promover a redução do uso de telas e, em contrapartida, incentivar maior contato com a natureza, o aprimoramento das relações humanas e a convivência”, destacou ela, ao ressaltar que as atividades da semana incluem ações de conscientização na Flipelô e nos bairros, abordando temas como amamentação, cuidados infantis e a importância do desenvolvimento integral.

A chefe do Escritório Salvador do Unicef, Helena Oliveira, reforçou a relevância da parceria. “Para a gente é muito importante quando o município manifesta essa intencionalidade, essa postura de atenção a essa primeira fase da vida que é muito importante. O Unicef também se coloca à disposição para construir junto. E, neste ano de 2025, foi aprovado e a Prefeitura vai colocar em curso a implementação do plano municipal pela primeira infância. Isso é um marco essencial, definitivo, do ingresso de uma gestão municipal numa política pela primeira infância”, pontuou.

Já a secretária Fernanda Lordelo alertou para os riscos do uso excessivo de telas por bebês. “A nossa maior provocação com esse tema é trazer para as famílias uma reflexão de dados que já estão surgindo da dependência dos bebês a telas e a sua ausência de desenvolvimento cognitivo, psicomotor. Há uma limitação desses bebês em decorrência dessa tela, que muitas vezes é dada pelos parentes, pelos familiares, por aqueles que cuidam, como uma forma de deixar o bebê paradinho dentro de um ambiente, enquanto essa pessoa está desenvolvendo outra atividade”, declarou.

Para a secretária, o tema precisa estar em evidência. “Os números são assustadores. O número de crianças em que já está sendo necessário tratamento para desintoxicação das telas é muito grande. É importante que toda a família fique atenta: a criança precisa de espaços abertos, brincar livre. A criança é criativa por natureza, então se ela for colocada num espaço seguro, ela vai buscar formas de brincar e não necessariamente precisa da tela para essa distração”, complementou.

A Semana do Bebê seguirá com uma programação diversificada até o dia 16 de agosto, com ações educativas, rodas de conversa, oficinas, atividades culturais e mobilizações em diversos bairros de Salvador, sempre com foco no fortalecimento de vínculos, estímulo ao brincar e promoção de hábitos saudáveis para a primeira infância.

Bruno Reis mantém alta popularidade e é aprovado por 78% da população de Salvador, aponta pesquisa

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), registrou 78% de aprovação da população da capital baiana, segundo levantamento do instituto Paraná Pesquisas divulgado pelo Bahia Notícias nesta segunda-feira (11). Apenas 18,7% disseram desaprovar a administração e 3,2% não souberam ou não opinaram.

O índice é praticamente o mesmo obtido por Bruno nas urnas no ano passado, quando foi reeleito com 78,67% dos votos válidos. O levantamento ouviu 710 pessoas entre os dias 4 e 8 de agosto, tem margem de erro de 3,8 pontos percentuais e nível de confiança de 95%.

De acordo com a pesquisa, 59,5% dos entrevistados consideram a gestão “ótima” ou “boa”, o melhor desempenho já registrado por Bruno Reis na série histórica da Paraná Pesquisas em Salvador, superando inclusive o recorde de 57,7% de outubro do ano passado. Outros 26,5% classificaram como “regular” e apenas 12,1% avaliaram como “ruim” ou “péssima”.

A aprovação é ainda mais expressiva em bairros periféricos. Em Valéria, 88,9% da população aprovam o trabalho do prefeito. No Subúrbio e nas Ilhas, o índice é de 85,5%; na região do Cabula e Tancredo Neves, 84,4%; e na Liberdade e São Caetano, 80,8%.

Ireuda Silva alerta para números alarmantes do Ligue 180

A vereadora Ireuda Silva (Republicanos), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher na Câmara Municipal de Salvador, chamou atenção para os dados divulgados pelo Ministério das Mulheres que revelam a persistência da violência contra a mulher no país. Entre janeiro e 31 de julho de 2025, a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 registrou 86.025 denúncias de violência, o que coloca esse tipo de ocorrência em terceiro lugar entre os 594.118 atendimentos realizados no período pelos cerca de 300 atendentes da central.

O serviço gratuito, coordenado pelo Ministério das Mulheres, tem como principal demanda os pedidos de informação, que lideram o ranking de atendimentos. Além de registrar as ocorrências, o Ligue 180 encaminha as denúncias aos órgãos competentes nos estados, no Distrito Federal e nos municípios, além de orientar sobre direitos, leis e serviços especializados da rede de atendimento.

Para Ireuda Silva, os números mostram a gravidade da situação. “O Ligue 180 é uma porta de entrada para que as mulheres rompam o ciclo da violência e acessem a rede de proteção. Mas os dados também mostram que ainda temos um caminho longo a percorrer para erradicar todas as formas de agressão. É preciso garantir que as denúncias sejam investigadas e que as vítimas recebam acolhimento digno e eficaz”, afirmou.

A vereadora também destacou o papel histórico da Lei Maria da Penha. “Em 19 anos, a lei salvou vidas e ajudou a transformar mentalidades. Ainda assim, a persistência de números tão altos exige vigilância constante e união de esforços entre poder público, sociedade civil e instituições para proteger as mulheres e punir os agressores”, completou.

Nesta quinta-feira (7), o Ministério lançou o Painel de Dados do Ligue 180, plataforma pública com informações detalhadas sobre tipos de violência, perfil das vítimas e agressores e contexto das denúncias. O lançamento marcou também os 19 anos da Lei Maria da Penha (11.340/2006) e integrou as ações da campanha Agosto Lilás, que neste ano tem o tema “Não deixe chegar ao fim da linha. Ligue 180”.

Marta Rodrigues reage a assédio no metrô e pede proteção no transporte público

A vereadora Marta Rodrigues lamentou, nesta terça-feira (12), o caso de importunação sexual registrado no metrô de Salvador, e defendeu que o crime seja rigorosamente investigado e os responsáveis punidos. Para a parlamentar, episódios como esse revelam a dura realidade enfrentada diariamente por mulheres no transporte público e reforçam a importância de medidas preventivas.

Marta lembra, ainda, que é autora do projeto de lei, já aprovado e sancionado, que cria vagão exclusivo para mulheres no metrô da capital baiana, como mecanismo adicional de proteção em horários de pico. O episódio de assédio, que vem repercutindo na imprensa e nas redes sociais, aconteceu no último sábado (9), na Estação de Bom Juá.

“Além de políticas públicas que conscientizem, previnam e punam agressões, é preciso ações concretas. A luta contra o machismo e a misoginia precisa, também, de medidas que produzam resultados diretos na proteção das mulheres no transporte coletivo. Esse caso é mais um em milhares cotidianamente: situações de violência e assédio que fragilizam a dignidade e a liberdade de circular com segurança”, afirmou a parlamentar.

Aprovado pela Câmara Municipal e sancionado pelo prefeito, a implementação o projeto esta para ser conduzida pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado (Sedur) em articulação com a concessionária CCR Metrô. No entanto, está temporariamente suspensa por decisão liminar da Justiça estadual.

A vereadora afirmou respeito ao processo judicial e defendeu que a Corte realize “uma análise técnica e humana” sobre o mérito. “Esperamos que, no tempo e no rito corretos, a Justiça avalie a proposta com a atenção que o tema requer, pois é um projeto que busca mudanças de paradigmas e melhorias na vida das mulheres”, afirmou.

Segundo ela, estudos e análises acadêmicas apontam que os vagões exclusivos podem reduzir episódios de assédio naquele espaço específico. “Obviamente não substituem políticas estruturais, por isso a medida deve ser articulada a campanhas educativas, fiscalização efetiva e protocolos de acolhimento às vítimas”, afirmou.

Referências – Medidas semelhantes já são conhecidas no Brasil e no mundo. No Rio de Janeiro, por exemplo, a lei estadual que instituiu vagões exclusivos para mulheres entrou em vigor em 2006 e foi regulamentada por decreto em 2017; o vagão reservado opera em horários de pico e tem sinalização específica nas plataformas. No âmbito internacional, países como Japão apresentam políticas longas e diversificadas sobre women-only cars (com registros desde 1912) e a Índia mantém composições ou vagões reservados em alguns serviços metropolitanos.

Para a vereadora, a agenda deve seguir em duas frentes: ação imediata de proteção e políticas de longo prazo para combater a cultura do assédio. “Nossa prioridade é garantir que as mulheres circulem com segurança e que políticas públicas avancem com base em evidências e no respeito às garantias legais”, concluiu.