Fabíola Mansur reverencia memória de Manoel Canário


Consternou a deputada Fabíola Mansur (PSB) o falecimento do jornalista Manoel Canário, profissional que marcou época na comunicação da Bahia pela competência, elegância e profissionalismo em mais de 50 anos de atuação multimídia. Unanimidade entre colegas e público, ele deixou um legado de seriedade, honradez e sobriedade como pode ser observado em inúmeros depoimentos nas redes sociais de colegas e amigos coletados pela parlamentar que lamentou a perda através de uma moção de pesar que protocolou junto à Secretaria Geral da Mesa da Assembleia Legislativa.

No documento, ela traçou um breve perfil biográfico de Manoel Canário, falecido aos 91 anos, no último dia 5. A cremação foi nesta quarta-feira (6) no Cemitério Jardim da Saudade, congregando familiares, jornalistas, radialistas, além de representantes de entidades profissionais como a Associação Baiana de Imprensa (ABI) e dos sindicatos dos Jornalistas Profissionais da Bahia (Sinjorba) e dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão, TV e Publicidade (Sinterp). Manoel Canário era natural de Senhor do Bonfim e foi um pioneiro, pois começou sua vida profissional muito jovem em sua terra natal, nos microfones da Rádio Sociedade Cultural.

A parlamentar lembrou que a emissora foi fundada nos primórdios da radiodifusão baiana, ainda nos anos 1940, sucedendo a “Cultural” que era um serviço de alto-falantes criado por Caio Félix Martins, Adauto Silva e Cleômenes Caribé (Quequéu). “Uma das vozes marcantes, emblemáticas, da comunicação baiana, ele construiu uma carreira marcada pela ética, pela coragem e pelo compromisso com a informação de qualidade – e nos anos 50 do século passado já era uma referência no nascente mercado da comunicação radiofônica”, acrescentou.

A deputada Fabíola Mansur explicou que Canário trabalhou em diversas emissoras de rádio da Bahia, tornando-se um dos principais nomes do jornalismo no estado, especialmente na rádio Sociedade da Bahia, onde ficou conhecido como narrador do lendário noticiário Repórter Esso – de que era narrador. “Homem de múltiplos talentos escrevia igualmente com extrema correção e elegância. Ele também integrou o Cerimonial do Governo da Bahia nas gestões dos governadores Roberto Santos e Antonio Carlos Magalhães, bem como atuou profissionalmente em órgãos como o Banco Nacional de Habitação (BNH), depois incorporado pela Caixa Econômica Federal (CEF), completou.

“Voz potente, talento para interpretar, coragem, nos anos do regime militar, Manoel Canário destacou-se pela determinação em levar a verdade aos ouvintes, mesmo diante da censura, tornando-se símbolo de resistência e de defesa da liberdade de imprensa”, frisou a deputada Fabíola Mansur. Para ela, é importante destacar a militância sindical e de classe de Canário, que foi presidente do Sinterp, quando liderou a primeira greve de radialistas do Brasil. Ele também foi diretor da ABI e do Sinjorba, tendo atuação marcante em ambos os órgãos de classe, contribuindo intensamente para a valorização dos profissionais da comunicação.

A parlamentar também lembrou que em 2012, Canário foi homenageado pelo Governo do Estado da Bahia por sua inestimável contribuição à história do jornalismo e que a sua carreira profissional foi registrada na 9ª edição da Revista Memória da Imprensa, publicada pela ABI, que destacou sua visão crítica, a história e a evolução da comunicação baiana – bem como o amor que devotava à profissão abraçada ainda na juventude.
Antes de encerrar o texto, ela destacou algumas das dezenas de mensagens postadas em redes sociais por colegas e jornalistas, que salientaram a perda para a comunicação. “A Bahia perde com o falecimento de Manoel Canário uma de suas vozes mais marcantes, um mestre da palavra, um defensor incansável da verdade e da cidadania”. Além de registrar que o famoso “Senadinho do Shopping Barra” perdeu um companheiro ilustre, educado, sempre presente nas rodas de conversa e estimado por todos.
De Durval Ramos ex-presidente da OAB-BA, escritor e procurador, ela pinçou uma bela menção: “Quem respirou na Bahia ouviu no vento a voz de Canário”. Do ilustre jornalista e escritor Vítor Hugo Soares um depoimento pessoal: “Ausência insubstituível – pessoal e profissionalmente – pois a voz inimitável de Canário no rádio comoveu a minha mãe por décadas. Tive a honra de ser amigo. Um dos mais formidáveis homens de comunicação. Lágrimas de adeus e preservação da memória de comunicação e humana que já conheci”.

A deputada Fabíola Mansur rogou “que a sua história continue a inspirar gerações de comunicadores”. Por fim, solicitou que a Secretaria Geral encaminhasse a moção à família de Manoel Canário, ao Governo da Bahia, à ABI, Sinjorba e ao Sinterp.



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