A Secretaria do Meio Ambiente da Bahia (Sema) e o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) participaram, nesta terça-feira (25), do primeiro dia do workshop “Erosão Costeira e Impactos às Tartarugas Marinhas e Praias de Desova”, realizado na Praia do Forte. Em parceria com o Centro Tamar/ICMBio, o evento reúne especialistas, instituições de pesquisa e órgãos ambientais para compartilhar conhecimentos e fortalecer estratégias de proteção costeira no Litoral Norte.
Representando a Sema na abertura, o diretor de Políticas e Planejamento Ambiental, Tiago Porto, destacou a importância do encontro como espaço de articulação técnica entre diferentes instituições que atuam no território para aprimorar procedimentos e reduzir impactos.
“Começamos a construir este evento há dois meses, em parceria com o ICMBio, para discutir a erosão costeira, um processo que afeta toda a costa brasileira e que, na Bahia, já provoca impactos nos ecossistemas e na economia dos municípios. Com a intensificação do fenômeno pelas mudanças climáticas, reunimos especialistas de todo o país para avaliar como Sema e Inema podem aprimorar procedimentos, práticas e medidas de prevenção. A ideia é sair do workshop com provocações e recomendações que nos ajudem a melhorar ações de fiscalização, licenciamento e conservação”, destacou.
Ao longo da manhã, as palestras apresentaram avanços científicos sobre a dinâmica natural das praias, estudos recentes sobre clima e comportamento das ondas, além de contribuições sobre o Gerenciamento Costeiro no país.
O Inema contribuiu com informações sobre o licenciamento ambiental e a gestão das Unidades de Conservação do Litoral Norte, que exercem papel essencial na conservação dos ecossistemas costeiros, compartilhando as ações e o apoio a soluções técnicas e sustentáveis para a proteção das praias que funcionam como áreas de desova das tartarugas marinhas.
O workshop mostrou a importância da cooperação entre órgãos ambientais, instituições federais, universidades e municípios. De acordo com Sara Alves, bióloga da Coordenação de Gestão de Fauna do Inema (CGFAU), participar de eventos como esse é essencial para trocar experiências e aprimorar a gestão da fauna marinha no maior litoral do país.
“Recebemos muitos animais para reabilitação. Além de acompanhar, contribuímos com as equipes de licenciamento, fiscalização e com a Sema na construção de políticas públicas. Em conjunto com órgãos federais e municípios, buscamos soluções mais ordenadas e sustentáveis para o Litoral Norte, reduzindo os impactos sobre a fauna marinha.”
Para Paulo Lara da Fundação Projeto Tamar, é essencial avançar para um planejamento urbano mais restritivo. “É importante ampliar os afastamentos e substituir obras rígidas por intervenções mais flexíveis e adaptadas ao ambiente. Quando pensamos em mitigar os impactos na zona costeira, precisamos priorizar soluções baseadas na natureza. Isso envolve restaurar dunas, replantar vegetação nativa e adotar uma gestão costeira integrada”, frisou.
Paulo ainda detalhou outras medidas para mitigar os impactos na costa. “Diante das mudanças climáticas, devemos mapear as áreas mais resilientes para futuras praias de desova, proteger as regiões ainda rústicas e planejar a migração natural da linha da praia. Esses passos são fundamentais para garantir a sobrevivência das tartarugas marinhas e a sustentabilidade de todo o ecossistema costeiro”, completou.
As discussões promovidas nesta terça são um caminho para a construção conjunta de ações, soluções e recomendações para o enfrentamento das mudanças climáticas e, em especial, da problemática da erosão costeira na região. O evento segue até amanhã (26), com palestras e uma visita técnica a áreas de erosão na Praia do Forte.
Fonte: Ascom/Sema





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